7 de fev. de 2013

Você sabe Perdoar?

Apresentar o trabalho de OFICINA TERAPÊUTICA para liberar mágoas tem sido muito gratificante para mim; primeiro pelos resultados que a técnica tem oferecido, depois vem o fato do aprendizado intenso que estou adquirindo a respeito do assunto "mágoas e dificuldades em esquecer".

Embora a técnica da EFT tenha sido aplicada individualmente, sem que ninguém soubesse a respeito das dúvidas ou conflitos dos colegas presentes, foi possível para mim, na coordenação da tarefa, identificar algo em comum: que todos nos envolvemos ainda com o sentimento da mágoa, por dificuldades maiores na questão de autoestima ou autoconfiança.

A conclusão que chego é aquilo que está muito claro. Se não conseguimos a façanha de nos amarmos do jeito que somos, mais difícil ainda será aceitar o outro, principalmente quando este for um desafeto.

Nas minhas leituras constantes tenho aprendido que o Perdão é o remédio para muitos males e a falta dele,  ao contrário, representa a origem de novas doenças. Muito bem, sabemos que esse assunto é também bastante abordado nas diversas denominações religiosas, em função do ensino evangélico de Jesus, muito claro por sinal, de precisarmos perdoar "setenta vezes sete".

No entanto, se fizermos um levantamento (até mesmo nesses locais que ensinam o evangelho), sobre o quanto temos conseguido aprender esses ensinamentos, vamos perceber que a prática está muito aquém da teoria. A dificuldade ainda em perdoar, não somente pelo fato de não entender o verdadeiro significado desse comportamento, mas principalmente pelo fato de estar ainda estagiando num longo período de tormentas egóicas ou simplesmente por maldade mesmo. Sem contar as tropeçadas no orgulho desmedido, também mal significado. Ou seja, muitos sentimentos não trabalhados, não compreendidos. E isso vem atravessando séculos de vida, através de várias existências na repetição do comportamento doentio. A verdade é que ainda precisamos adquirir Educação Emocional para compreender o verdadeiro sentido de Auto-amor, Perdão e tantos outros sentimentos e comportamentos. Somente assim poderemos assistir Palestras, Cultos, Missas ou outras apresentações. Vejo nisso a razão de nosso crescimento tão lento, mesmo com tantos trabalhos terapêuticos oferecidos, ainda estamos longe de desvencilhar esse emaranhado de emoções conturbadas, que fazem de nossa vida um desconforto muito grande. Afirmo isso baseada nos atendimentos diários em consultório, observando as pessoas e seus conflitos.

Enfim, percebo que muitos de nós já aprendemos que precisamos Perdoar, mas falta entender como fazer para que isso ocorra. Pois somente ouvir falar sobre as necessidades e vantagens do Perdão não resolve, que dirá então ouvir sobre os ensinamentos de "Amar os Inimigos", "Oferecer a outra face", mais difícil pois se não amamos nem a nós mesmos, como conseguiremos amar aqueles que nos maltratam? Sendo que a grande sacada disso está exatamente na compreensão de que o caminho a trilhar é inverso, que para sermos amados devemos antes nos dar amor e que somente quando aprendemos a nos respeitar e nos amar, conseguiremos mostrar isso em todas as nossas relações. Sem contar que outra consequência benéfica disso é a tolerância adquirida com relação aqueles que porventura ainda quiserem nos maltratar, nos ofender.

Mas isso é muito trabalhado em sessões terapêuticas, o (Auto Amor) é fundamental como ponto de partida para o autoconhecimento, auto-enfrentamento e somente assim conseguimos nos educar emocionalmente. No caso da OFICINA TERAPÊUTICA, o recurso que ofereço da EFT tem sua vantagem, pois durante sua aplicação é possível encontrarmo respostas incríveis, e com isso benefícios tanto na questão da liberação das emoções, quanto na identificação das diversas razões que estão escondidas muitas vezes há anos.

No Livro Diferenças Não São Defeitos, da autora espiritual Ermance Dufaux, encontramos um capítulo com o título "Oração Pelos Desafetos". Transcrevo alguns trechos que considero valiosos para nosso estudo:

Dizem os Instrutores Maiores que o amor aos inimigos ou desafetos constitui uma das mais difíceis lições para o Espírito nas rotas eternas de seu aprendizado. Por essa razão, com muita frequência  a cooperação aos encarnados em provas mais intensas nos testes da desafeição é realizada por parte de variados corações que experimentaram as provas da aversão na Terra e das quais saíram vitoriosos e felizes.
Visitamos, ocasionalmente, um núcleo de apoio, cuja devotada servidora, sob a tutela de Judas Iscariotes, coordena sublime tarefa de amor nesse sentido. Adquirindo extensa folha de habilidade no perdão e na arte de convier, Amália de Aragão, responsável pelo Lar do Perdão, trazia na alma sensível o halo energético do amor incondicional. Vitoriosa reencarnação nas fileiras das Abadias na Espanha do século XIX rendeu-lhe valor e resistência conciliados com amabilidade e ternura, dotes que a fazem rica de virtude e amor para com os tiranos e maldosos da humanidade. 
Segundo a nossa instrutora, aqueles que desejarem realmente aprender a amar os inimigos e encontrar caminhos para vencer as desafeições no mundo dos sentimentos deverão, periodicamente, ao anoitecer, recordar com fraternidade de seus oponentes, rogando a ajuda dos bons Espíritos no suporte aos ideais que sustentamos no bem, e repousar o corpo em estado de oração por todos eles. O exercício permitirá, quando as condições emocionais permitem, os encontros noturnos pela emancipação do Espírito. Esses encontros serão farta fonte de recursos para o ato do reencontro quando despertos no corpo ou para a harmonização interior diante das perturbações causadas por antipatias ou desajustes na convivência. A persistência e o nível de sinceridade em nossas petições noturnas e na conduta diária ante os desafetos serão responsáveis pela eficácia dos resultados, dando qualidade e elevação aos nossos desejos de conciliação e paz.     
 Amália nos explicou que na maioria esmagadora dos casos de desafeição, infelizmente, seus integrantes se encontram no cativeiro do desamor, encharcados de egoísmo e atormentados pelo ódio.

Nessa visita a personagem Amália faz uma breve dissertação a respeito desses encontros noturnos e no final do encontro encerra sua explanação com uma prece, que estarei postando no próximo artigo.

Por hoje quero deixar uma frase de alerta para nossa reflexão: "concilia-te depressa com teu adversário, enquanto estás no caminho com ele (Mateus, 5:25). 

Agora gostaria de saber sua opinião, suas idéias, que poderão acrescentar nesse estudo tão necessário para muitos de nós.
Escreva abaixo seu comentário, ele é importante!



Transformando Nossas Vidas

Ieda Perez


Também poderá gostar de ler:


(Culpa ou Raiva)

(Auto Amor)



2 comentários:

  1. Lindo o seu texto, minha amiga Ieda. Realmente esse é um assunto que estamos engatinhando ainda. eu tenho um cliente que tem problemas no seu casamento e ele diz que perdoa que está tudo bem, mas basta comentarmos algo sobre o fato e ele começa outra vez a recobrar a memória dos fatos que ainda o machucam. Vc tem razão, é muito difícil para as pessoas colocarem em prática o perdão. E sem perdão, as doenças vão aparecendo e elas nem percebem que sofrem duas vezes: com a dor de ter sido ferido e a dor de uma doença que, na maioria das vezes, não é nada agradável. Eu uso uma técnica e uma oração que me ajudam muito... mas acima de qualquer técnica ou oração, eu acredito que a pessoa tem que realmente querer enfrentar tudo isso e querer mudar algo dentro dela para poder ser feliz!
    Sucesso sempre para vc, minha linda e um grande beijo de muita luz no seu coração! <3

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  2. Cristal, é isso mesmo, percebo que perdoar é um processo, que requer vontade de mudança. Essa a razão da dificuldade maior; no fundo temos medo das mudanças e preferimos nos acomodar ao que já somos, além do que todos nós gostamos muito de estar na condição de vítimas, pois inconscientemente ela nos trás algo que não conseguimos sozinhos, sermos amados. Temos a ilusão que sendo vítimas seremos mais amados pelas pessoas.
    Mas infelizmente é um grande engano e enquanto não conseguirmos nos livrar dessa condição, enquanto preferirmos ficar no banquinho da vítima, o perdão não irá acontecer.
    abraço

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